Participação política
“...Me lembro de todos os pregões: Ovos frescos e baratos/ Dez ovos por uma pataca/ Foi há muito tempo.../ A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros/ Vinha da boca do povo na língua errada do povo/ Língua certa do povo/ Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil/ Ao passo que nós/ O que fazemos/É macaquear/ A sintaxe lusíada/ A vida com uma porção de coisas que eu não entendia bem...”. Manuel Bandeira.
Uns dias na Alemanha me levaram a reflexão acerca dos projetos que traçamos, das oportunidades ofertadas, da sorte, da construção intelectual social, cultural, profissional, política e humana dos integrantes de vários países conforme a riqueza, o costume e as regras de dada sociedade.
As crianças na Alemanha começam a freqüentar o jardim de infância a partir de 3 anos de idade, a obrigatoriedade escolar inicia aos 6 anos. A Escola é gratuita, ao ingressar na Rede a criança é submetida a testes médicos e se verificado algum problema é imediatamente encaminhada ao especialista para possíveis correções. Ao encerrar o primário, a criança começa a ter definida a sua orientação profissional, conforme seu desenvolvimento a professora sugere aos pais o tipo mais apropriado de escola para aperfeiçoamento se uma formação profissionalizante, ou escolas secundárias vocacionais, ou profissão básica mais aprofundada que possibilitará acesso ao certificado de conclusão Abitur que habilita para o acesso a uma Escola Superior.
Da política extraí a surpreendente organização e economicidade, numa campanha majoritária se gasta cerca de 700 cartazes, toda a campanha é realizada virtualmente.
Adentrei nesse mundo buscando novas idéias, novos projetos para adaptá-los a nossa realidade, acabei contribuindo para uma discussão que objetivou traçar novas diretrizes, com fundamento numa disciplina mais humanizada e no fomento da relação interpessoal; friso, a ausência de contato entre eleitor e candidato, consequentemente, entre o representante e o representado.
Concluí que as crianças brasileiras têm infância, que mesmo no ralhar mais severo preserva-se na cultura brasileira a autoridade dos pais; que na política o povo tem a oportunidade de conhecer, olhar nos olhos do candidato, do político e expressar sua opinião, exercer sua cidadania, participar de debates políticos e de se manifestar. E aí, explico a citação inicial de Manuel Bandeira que explicitou seu descontentamento quanto a “língua errada do povo”. Não. Língua certa do povo!
Dou ênfase na dita liberdade para expressar uma insatisfação, considerando que a ignorância é um dos óbices às grandes conquistas, daí, digo, forma certa do povo se expressar, porque é ele quem sente. Quando dizem: “a gente estamos abandonados numa Unidade de Saúde, querem dizer: Gestor Público por gentileza destine os recursos devidos para uma Saúde, para uma Educação (e outras garantias constitucionais), de qualidade. Olha, não exigimos conforto, apenas tratamento digno e eficiente”.
Ainda há um longo caminho, novas metas a se atingir. Proponho a todos os leitores e leitoras a meta de maior participação política, porque as soluções para os problemas sociais é uma incumbência de todos. Sem a voz do povo a representação se cala.
Vereadora Neuzinha de Oliveira (PSDB)
Data de Publicação: terça-feira, 01 de março de 2011
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